Não há condição, ainda, de se avaliar, junto à opinião pública, a repercussão da decisão do governador Wellington Dias de renunciar ao mandato para concorrer ao Senado. Isso será feito oportunamente. Nos meios políticos, porém, ela foi desastrosa, provocando forte abalo na imagem do governador.
Wellington não sofreria o desgaste que passou a enfrentar desde ontem, junto aos seus aliados, se não tivesse feito voluntariamente aquele pronunciamento do dia 19, jurando que ficaria no governo até o final do mandato. O homem – e mais, ainda, o homem público – é escravo da palavra empenhada.
Suas justificativas, ontem, para passar por cima de sua jura, ou são geniais ou são risíveis. Ele dizia, no dia 19, que ficava porque a chamada “base aliada” não havia chegado a um consenso quanto à sua sucessão. Assim, pensando no Piauí, estava decidido a ficar. Era, nas suas palavaras, uma decisão amadurecida, refletida e tomada à base de muita oração.
Ontem, dizia que estava de saída porque havia uma unanimidade da “base” em torno de sua candidatura ao Senado. Ora, naquela data, o lançamento da candidatura de Wellington a senador já era um consenso dentro do blocão governista. O que estava em aberto era a questão da cabeça de chapa para governador.
Ontem, nem seu nome era mais um consenso para o Senado nem a “base” estava pacificada. Com sua decisão, o ainda governador complicou irremediavelmente a situação dentro do esquema governista. Hoje haverá caco de “base” para todo lado.
O que resta saber, agora, é como os partidos e as lideranças do blocão governista se comportarão em relação ao candidato Wellington Dias, que cuidou de tentar salvar a pele, deixando o governo para concorrer ao Senado, mas deixou atrás de si o circo pegando fogo. Quantos, efetivamente, o acompanharão?
Um grupo pernambucano comprou o Armazém Nordeste, com sua rede de 59 lojas. O valor do negócio não foi noticiado.
A informação sobre a venda saiu ontem na primeira página do jornal “Valor Econômico”.
O Armazém Nordeste nasceu em Picos.
Devagar, parando...
Em Luís Correia, as obras de urbanização da praia de Atalaia estão praticamente paralisadas. Poucos operários estão trabalhando. As máquinas já foram embora.
Os barraqueiros estão apreensivos, pois julho está bem aí.
Bombaquim
O governador Wellington Dias enganou o senador João Vicente Claudino até quando não pode mais.
Atraso
O Instituto Trata Brasil faz acompanhamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no tocante às obras de saneamento. A ONG mantém um sistema chamado "De Olho no PAC". O balanço do programa no Piauí é precário. Duas obras de saneamento em Teresina aparecem no ranking dos maiores atrasos. E o presidente Lula já lançou o PAC 2.
Blefe
Quando falaram que era blefe do governador ele dizer que ficaria no cargo, os PTistas falaram que não, pois ele era um homem de palavra. Agora voltando atrás e saindo ele é o quê?
