quinta-feira, 27 de maio de 2010

Quadrilha dá golpe de R$1,5 milhão e ainda ensinava a falsificar dinheiro

Após três meses de investigação, policiais da Cico prenderam quatro acusados de dar o "golpe do vigário" em empresários do Piauí. O golpe rendeu até agora para a quadrilha R$ 1,5 milhão somente em Teresina. Foram presos: Guerino Walter Minervino, natural de São Paulo, 73 anos; Girlândio Pereira Chaves, mineiro, 72 anos; Zaqueu Castro de Sampaio, policial civil aposentado piauiense de Beneditinos, 58 anos; e José Pinto, natural da Paraíba, 58 anos.

Com eles foram apreendidos ontem uma Saveiro prata, 70 notas de R$ 50, 92 notas de R$ 100, num total de R$ 13.500.
Como funcionava o golpe

A polícia ainda investiga se todo o dinheiro é verdadeiro ou se há alguma nota falsa. De acordo com o delegado Carlos César, Guerino Walter era o chefe da quadrilha. Ele fazia contato com os empresários se fazendo passar por ex-funcionário da Casa da Moeda do Brasil. Ele dizia que sabia "fabricar" dinheiro e que, se o empresário desse uma nota de R$ 100, ele fabricava três semelhantes. "Para se convencer os empresários levavam as notas, já supostamente fabricadas por ele, para aprensentar em banco e no comércio como verdadeiras", explicou o delegado.
Para que as vítimas caíssem no golpe, ele mostrava um vídeo onde fazia a fabricação e também demonstrava pessoalmente quando o empresário entregava o dinheiro. "Ele trocava uma verdadeira em três falsas. Segundo o empresário José Duarte, ex-presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis de Teresina, ele teria entregue R$ 500 mil acondicionado em um isopor para receber R$ 1,5 milhão. Mas, enquanto o empresário se destraía, ele trocava o isopor por um igual contendo apenas as cédulas de cima verdadeiras. O restante eram notas grosseiramente falsificadas. O empresário só descobriu um ou dois dias depois, quando ele já haia fugido", disse o delegado.
Depois da prisão da quadrilha, a Cico já recebeu ligações de vítimas em Fortaleza (CE). Lá, o golpe pode ter chegado a R$ 5 milhões. Também há registros de vítimas em São Luís (MA). A polícia acredita que a quadrilha pode ter passado por várias capitais.

Os integrantes do bando andavam bem vestidos, se hospedavam em hotéis de luxo e frequentavam os melhores restaurantes da capital. "O líder o Guerino não tem nem o ensino fundamental completo, mas fala e se porta muito bem", destacou Carlos César.
"Esse é um novo meio de se fazer crime do chamado golpe do vigário, que fazia como vítimas pessoas de baixa renda e instrução. Agora surgiu essa modalidade de aplicar golpe em pessoas ricas com formação e conhecimento", afirmou.
Empresários
O delegado explicou que não há como responsabilizar os empresários, mesmo sendo uma prática não idônea. Ele disse que isso pode ser chamado de "crime impossível". Os empresários queriam obter vantagens, mas também foram lesados. "Isso ainda vai ser apurado. Nós queremos é que quem foi lesado apareça para fazer denúncias", explicou.
Fonte: Portal Cidade Verde