domingo, 25 de julho de 2010

Sucesso como telenovela, "O Bem Amado" chega aos cinemas

Em uma cidade do litoral baiano, o prefeito abusa das conexões políticas e da corrupção para administrar Sucupira. Este é o tema central de "O Bem Amado", novo filme de Guel Arraes, em cartaz desde sexta-feira (23). Estrelado por Marco Nanini e José Wilker, baseia-se na obra homônima de Dias Gomes.
Escrito em 1962 como uma peça, foi levado para a televisão em 1973 no formato de telenovela, adaptado pelo próprio autor. Foi o primeiro folhetim da Rede Globo transmitido a cores e contava com Paulo Gracindo no papel de Odorico Paraguaçu, o político corrupto.

Empossado do cargo após o assassinato de seu antecessor, Odorico tinha como grande obra de sua gestão a inauguração do novo cemitério da cidade. Como ninguém morria para que pudesse lançar o seu feito, o prefeito engendra planos para assassinar alguém, sempre sem sucesso.
Politizado, Dias Gomes usa a pequena cidade para sintetizar os deslizes encontrados em diferentes camadas da política nacional. Do político desonesto ao matador de aluguel, Gomes não deixa escapar nenhum tipo conhecido da cultura brasileira.
Sucesso como novela, tornou-se série e imortalizou personagens como Dirceu Borboleta, vivido em 1973 por Emiliano Queiroz, o secretário gago e bajulador da prefeitura; e Zeca Diabo, interpretado por Lima Duarte, pistoleiro que se arrependeu de seus crimes e é contratado para matar alguém para que o cemitério seja inaugurado.