terça-feira, 8 de novembro de 2011

Com 3 senadores governistas, Piauí não deixou de ser maior nem menor

A propaganda da coligação governista apregoava, nas eleições passadas, que os senadores Heráclito Fortes (DEM) e Mão Santa (PSC) - da bancada da oposição - atrapalhavam o Piauí em Brasília. E dizia mais: para que o Estado tivesse o caminho livre para o desenvolvimento, era necessário que os dois fossem derrotados nas urnas.
Coincidência ou não, o apelo dos governistas foi atendido: os dois senadores oposicionistas não retornaram para Brasília este ano. Para as cadeiras deles, foram eleitos dois governistas, Wellington Dias (PT) e Ciro Nogueira (PP), que se somaram a outro senador que já estava do lado do governo, João Vicente Claudino (PTB). Na política contemporânea, somente no período da ditadura militar o Piauí teve três senadores fechando incondicionalmente com o governo.
No mais, sempre havia um ou dois na oposição. O Estado não deixou de ser maior nem menor por isso. Ao contrário. O que faz um senador ser uma nulidade não é ele ser da oposição e cumprir dignamente o seu papel. É ele ser do governo e não fazer nada.
Pois bem! Um ano depois da mudança, o que o Piauí ganhou, efetivamente, com a troca dos senadores? Que contribuição nova eles trouxeram? Que projeto novo eles trouxeram para o Estado? Que bandeira nova defenderam? O que se vê além de uma voracidade insaciável na defesa de cargos para seus apaninguados?
Vou a um caso específico. Praticamente todos os estados nordestinos já conseguiram duplicar suas BRs, nas proximidades das capitais, para melhorar a fluidez e a segurança no tráfego. O Maranhão parte agora para duplicar a saída de São Luís até Bacabeira, numa extensão de 60 quilômetros.
O Piauí precisa duplicar urgentemente as BR 343, pelo menos de Teresina a Campo Maior, e 316, de Teresina a Estaca Zero, e nas imediações de Picos, um dos maiores entroncamentos rodoviários do Nordeste. Mas quem, entre os senadores, toma a iniciativa de lutar por isso com determinação? O próprio governador Wilson Martins, que, como os senadores, é igualmente "do time de Dilma", não se sensibiliza com a idéia. Certamente porque, como eles, agora também só anda de avião.

Por Zozimo Tavares