sábado, 19 de maio de 2012

Celso Barros Coelho, professor e jurista, faz 90 anos

O jornalismo tem disso: no corre-corre das redações, uns fatos atropelam os outros e nem sempre a seleção do que se publica é a melhor; em outros momentos, estamos de tal forma absortos na pauta do cotidiano, muitas vezes jogando luzes sobre fatos banais, que deixamos passar ao largo assuntos de maior relevância.
Dr. Celso Barros Coelho
Foi o que aconteceu na semana passada. Marquei na agenda para fazer um registro sobre o aniversário de 90 anos do professor e jurista Celso Barros Coelho, comemorado dia 11. Escravo da pauta, deixei a data passar em branco. Talvez eu tenha me convencido de que um acontecimento tão significativo não deve se resumir a uma data, a um dia, apenas. Faço esse registro agora, então.
Talvez também nem seja necessário. A história de Celso Barros é conhecida e reconhecida: ele nasceu em Pastos Bons, no Maranhão, em 1922. Filho de Francisco Coelho de Sousa e Alcina Barros Coelho. Criou-se às margens do rio Parnaíba, entre Benedito Leite e Uruçuí. Foi seminarista, em Teresina. Ainda jovem, descobriu a vocação para o magistério. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Piauí em 1953. Não há ainda um consenso se ele brilha mais como tribuno ou escrevendo.
Idealista, militou na política. Elegeu-se deputado estadual e foi injustamente cassado pelo regime militar de 1964. Enfrentando o arbítrio de peito aberto, elegeu-se deputado federal em 1974, pelo antigo MDB. Marcou presença no Congresso Nacional. No pleito seguinte, a despeito de ter sido o mais votado na sua legenda, não foi diplomado.
Em 1983, assumiu pela segunda vez a Câmara Federal. Nas duas legislaturas, exerceu as funções de vice-líder, atuando como relator e autor de importantes Projetos: Código Civil Brasileiro (relator do Livro V - Direito das Sucessões); Lei do Inquilinato (autor de emenda e relator de outro projeto); Lei das Execuções Penais (relator); Lei de Regulamentação do Divórcio (autor de um dos Projetos).
Por dez anos (1964 a 1974), exerceu a Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Piauí. Presidiu também a Academia Piauiense de Letras, entre 1998 e 2000. Fundou e preside a Academia de Letras, História e Ecologia da Região Integrada de Pastos Bons.
O Dr. Celso Barros, como assinalei, não precisa desse singelo registro sobre o seu aniversário, mas eu precisava fazê-lo, para exaltar o seu humanismo, a sua inteligência privilegiada, o seu espírito jovial e sua envergadura ética e reiterar-lhe minha admiração pessoal por esse maranhense-piauiense que sempre soube engrandecer e honrar o magistério, o Direito, a política, as letras e a cidadania.
Por Zozimo Tavares