No encontro com governadores quando anunciou o
programa Proinvest, que vai oferecer crédito de R$ 20 bilhões para os
Estados com juros de TJLP mais 1,1% ao ano, a presidente Dilma Rousseff
disse que espera contar com a parceria dos Estados para promover a
retomada do crescimento do país.
“Os Estados que nos ajudaram a sair da crise em 2009, vão nos ajudar
agora”, disse, ao oferecer crédito aos Estados. Mas demonstrou grande
preocupação com os rumos da economia mundial. A presidente disse: “não
há luz no fim do túnel”, ao falar da eleição na Grécia, no próximo
domingo.
Na sua fala, o ministro Guido Mantega pediu licença à presidente para
discordar do que ela disse. E foi mais longe: “Há, sim, uma luz no fim
do túnel; só que é a luz de uma locomotiva que vem em sentido
contrário”, afirmou o ministro da Fazenda.
A avaliação do governo brasileiro é a de que a crise hoje é mais
grave do que em 2009 pois, agora, o país não vem de crescimento negativo
de -0,3 como naquela ocasião e, por isso, é mais difícil acelerar. Além
disso, a Europa está em crise, os Estados Unidos ainda não retomaram o
ritmo de crescimento. Por isso, segundo a presidente, o Brasil precisa
se movimentar tanto para aumentar o consumo quanto o investimento.
Para ela, “é uma visão elitista” a dos que acham que o Brasil já
esgotou a capacidade de consumo. Segundo ela, há ainda uma demanda
reprimida que pode estimular o consumo. “Mas não basta só o consumo, é
preciso também assegurar mais investimento”.
Para isso, o governo oferece crédito aos Estados para que possam
executar obras de infraestrutura e, assim, gerar mais emprego e mais
desenvolvimento. “Que ninguém pense que é um liberou geral”, disse,
manifestando preocupação com a capacidade de endividamento dos Estados e
que estes recursos sejam usados para obras importantes e não para
custeio.
- É um equívoco imaginar que esgotamos nossa capacidade de consumo; é
uma visão elitista – disse ela, acrescentando que o Brasil tem ainda
“massa de manobra” para a redução da taxa de juros e programas como o
Minha Casa, minha vida, obras do PAC e programas de incentivo a bens de
consumo e de capital.
A crise na Europa é que está na raiz das preocupações do governo.
Segundo a avaliação da presidente, “a crise na Europa tende a se
agravar com as eleições na Grécia”, e não se viu a retomada do
crescimento nos Estados Unidos.
Fonte: Cristina Lobo