sexta-feira, 15 de junho de 2012

'Tropa do Cheque': Deputado do RJ diz que tem grupo 'pró-Cavendish' e Ciro se explica

Para o deputado  Miro Teixeira (PDT-RJ), existe uma ‘Tropa do Cheque’ dentro da CPI que ajudou, por 17 votos contra 13, a não convocar Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta, e Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do DNIT.
Ao lamentar a derrota na aprovação da convocação de Fernando Cavendish, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) anunciou a apresentação de requerimento pedindo informações sobre um evento ‘que chegou a seu conhecimento’: uma delegação de parlamentares que viajou em missão oficial a um país africano, em data próxima à Semana Santa, e que teria voltado ao Brasil por Paris e almoçado na França com o ex-dono da Delta.
"Quero saber se entre esses, algum participa dessa comissão. E se for mais de um, se o voto foi decisivo para o resultado contrário à convocação de Cavendish", anunciou.Dentre os suspeitos de fazer parte da suposta ‘Tropa do Cheque’ estaria o senador Ciro Nogueira (PP), que votou pela não convocação dos supostos envolvidos com o bicheiro Cachoeira. Ciro Nogueira admitiu que se encontrou com o ex-presidente da Delta em Paris (França). A denúncia de Miro Teixeira é mais grave ainda, pois segundo ele, a ‘Tropa do Cheque’ recebe grana para impedir a convocação de Cavendish e outros integrantes do governo e da oposição na CPI. 
Ciro Nogueira alegou que a CPI precisa de tempo para analisar documentos e se preparar para as indagações ao dono da Delta. Segundo o senador piauiense, a CPI não convocou Cavendish e Pagot, para não cometer a mesma falha de não se preparar como deveria, como o que aconteceu durante os depoimentos dos governadores Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Ao Jornal Nacional, da Rede Globo, o senador Ciro Nogueira disse que esteve, sim, com Fernando Cavendish, em Paris, na Semana Santa, mas disse que o encontro foi casual, sem agendamento prévio na capital francesa. Ciro Nogueira faz parte da CPI e votou pelo adiamento da convocação de Cavendish e de Luiz Antônio Pagot.
Segundo o Jornal O GLOBO, o encontro em Paris ocorreu na volta dos parlamentares da 126ª Assembleia Geral da União Interparlamentar, realizada entre 30 de março e 5 de abril, em Kampala, Uganda. Hugo Napoleão (PSD-PI), Átila Lins (PSD-AM) e Alexandre Santos (PMDB-RJ) também integravam a comitiva para a África.  A viagem foi uma missão oficial e cada um dos parlamentares recebeu US$ 350 de diária, para cinco dias, num total de US$ 1.750 cada. O dinheiro serve para refeições e pagamento de hotel. A despesa aérea, em classe executiva, foi paga à parte pelo Congresso. ‘Depois da Assembleia, Ciro Nogueira, Maurício Lessa e Eduardo da Fonte voaram para Paris para passar a Semana Santa. As mulheres já os aguardavam lá. À época, a CPI não havia sido criada, mas o escândalo envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a Delta já tinha vindo à tona’, diz a versão on-line do jornal O GLOBO. Ciro Nogueira confirmou o encontro, mas disse que foi casual: ‘Conheço Cavendish, tenho relação com ele há uns cinco anos. Mas nada que envolva doação de campanha. (Em Paris) Nós só o cumprimentamos. Foi um encontro totalmente casual.’