Se não conseguir seguidores para seu novo partido, o PSC, entre seus antigos correligionários, o senador Mão Santa pode fazer a sua campanha pela reeleição correndo o Piauí com a parábola dos dez leprosos na ponta da língua. O que era o PMDB do Piauí, quando ele entrou no partido, há 15 anos? Qual era o futuro de suas lideranças no Estado?
Para recordar: o PMDB, depois de derrotado nas eleições estaduais de 1990, estava sem a menor perspectiva de poder. A vitória do poderoso e imbatível esquema governista era dada como certa novamente nas eleições de 1994. Mão Santa apareceu na última hora – como Cristo apareceu aos leprosos – filiou-se ao partido e ganhou a eleição para o PMDB.
No poder, durante seus dois mandatos de governador, ele procurou fortalecer o partido. Velhas lideranças que já estavam desiludidas com a política voltaram à cena. Jovens políticos receberam seu incentivo e conquistaram mandatos eletivos. O partido revigorou-se. Ele também cresceu, transformando-se na principal liderança estadual da sigla.
Agora, na véspera da campanha para renovação do seu mandato, ele se vê na obrigação de ter que mudar de sigla para concorrer à reeleição. O PMDB do Piauí, hoje curado e robusto, age como os nove mal-agradecidos leprosos da parábola bíblica e já não lembra mais do seu ex-líder.
(Por Zozimo Tavares)