segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Muito trovão e pouca chuva

Mais um golpe de marketing do Governo Wellington Dias vai ser desferido nos próximos dias. Trata-se da licitação para a tão prometida Barragem de Castelo. A contenção das águas do rio Poti por esta barragem colocaria fim às inundações que atingem Teresina ano após ano.

Embora a barragem, orçada em R$ 350 milhões, esteja prevista no Plano Plurianual 2008/2011que o governador encaminhou para a Assembléia Legislativa, nenhum centavo está disponível para a obra. Para que ela seja construída com verba federal, seria preciso que houvesse emendas da bancada piauiense para a alocação de recursos.

Não custa lembrar: as emendas orçamentárias tem um teto. No entanto, se toda a bancada se dispusesse a concentrar suas emendas no projeto da barragem, seriam necessários no mínimo 10 anos para juntar o valor da obra. Ocorre que, às vésperas das eleições e ainda longe das enchentes, os interesses mudaram e não se fala mais em barragem.

Além disso, o prazo para a apresentação de emendas se encerra nesta terça-feira, dia 24 de novembro. Para o próximo ano, é certo que não haverá dinheiro para a obra.

Então, como e por que fazer uma licitação para uma obra milionária sem recursos em caixa? Fácil. Ela não é para ser feita. O governador faz a licitação, sai para concorrer ao Senado e quem vier atrás ficará, inevitavelmente, como incompetente.

A propósito, nestes sete anos de governo, Wellington Dias ainda não conseguiu nada de expressivo para o Estado junto ao governo federal, apesar de seu prestígio pessoal, cantando em prosa e verso, com o presidente Lula e vários de seus ministros.

O estado do Ceará, por exemplo, já tem verba alocada no orçamento da União 2010, via Dnocs, no valor de R$ 250 milhões, para a construção de uma barragem no mesmo rio Poti, perto da cidade de Crateús.
Trocando em miúdos, o que os piauienses verão, em torno da licitação para a barragem de Castelo, será muito trovão e pouca chuva. Isto é, haverá muita propaganda e nada de obra.
(Por Zozimo Tavares)