sábado, 27 de agosto de 2011

'Partido da Traquinagem'

PT-PI não aceita nepotismo, mas aceita traquinagem
Você se lembra? Em 2000, um professor petista, fazendo campanha numa bicicleta, se elegeu prefeito de José de Freitas, até então berço da oligarquia piauiense. Esse prefeito, Pedro Paulo, entendeu de nomear o pai dele como seu chefe de gabinete. Mas a nomeação não se deu apenas porque o pai o havia botado no mundo. Era, principalmente, porque seu pai o havia botado no PT. Ou seja, Pedro Paulo filiou-se ao Partido dos Trabalhadores pelas mãos do pai, antigo militante da sigla.
Pra quê? O PT foi pra cima. Aberturou o prefeito pelo colarinho, meteu a faca na garganta dele e impôs: "Ou tira o pai do cargo ou sai do partido, afinal o PT não admite - sob hipótese alguma - a prática de nepotismo!". O prefeito manteve o pai no cargo, desfiliou-se do partido e, ao final do mandato, abandonou a vida pública.
Dois anos depois, por ironia do destino e da política, o Partido dos Trabalhadores chega ao Governo do Estado. E pratica o nepotismo de forma escancarada. Assim foi durante dois mandatos seguidos e, até hoje, o PT não teve a mínima decência de pedir desculpas ao seu ex-companheiro que foi prefeito de José de Freitas.
Em janeiro passado, o prefeito de Uruçuí, dr. Valdir Soares da Costa, uma das estrelas do PT no Sul do Estado, foi preso pela Polícia Federal, na Operação Geleira, acusado de traquinagem. Esse mesmo prefeito também teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral e voltou ao cargo graças às brechas da lei. Agora teve o mandato cassado de novo.
Depois que o prefeito foi preso pela PF, a Câmara Municipal de Uruçuí instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias contra ele. A Câmara é presidida por um vereador petista, Sérvulo Carvalho. Pois bem! A direção estadual do PT abriu um processo de expulsão do vereador porque ele está investigando o prefeito.
O PT não esperou nem a apuração chegar ao final, para saber se o prefeito é ou não inocente, e já decidiu levar a cabeça do vereador para a guilhotina.

Por Zozimo Tavares