Foram 383 pais e mães entrevistados no universo pesquisado que declararam saber que o filho ingere bebidas que contém álcool. Pior, em alguns casos, os responsáveis pelos adolescentes ainda declaram que já beberam na companhia do mesmo e, até mesmo, financiou a bebida. “São depoimentos que assustam, tendo em vista que o álcool é a porta de entrada para outras drogas, ou o vício mesmo”, disse Miranda Neto, coordenador do Instituto GAV.
De acordo com ele, atualmente quase a totalidade dos jovens a adolescentes na periferia da capital consumem algum tipo de drogas, muitos deles estão completamente viciados. “É preciso ter mais atenção para essa realidade, caso contrário esses jovens não terão futuro”, declarou Miranda, que atende na Instituição centenas de jovens em situação de risco há 26 anos, principalmente da zona Leste da cidade.
O último levantamento nacional sobre o uso de drogas, realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), revela que o consumo de álcool por adolescentes de 12 a 17 anos já atinge 54% dos entrevistados e desses, 7% já apresentam dependência. O estudo aponta ainda que entre jovens de 18 a 24 anos, 78% já fizeram uso da substância e 19% deles são dependentes.
Segundo recente estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em comparação com os países da América Latina, o Brasil aparece em terceiro lugar no consumo de álcool entre os adolescentes. A pesquisa foi feita com estudantes do ensino médio e incluiu 347.771 meninos e meninas, de 14 a 17 anos, do Brasil, da Argentina, da Bolívia, do Chile, do Equador, do Peru, do Uruguai, da Colômbia e do Paraguai. Entre os brasileiros, 48% admitiu consumir álcool.
Há cerca de um mês entrou em vigor em Teresina o “Toque de Acolher”, resolução da Justiça da Infância e Juventude que limita a permanência de adolescentes na rua pós às 22h, sem acompanhante. Entretanto, para o Conselho Tutelar da capital a medida ainda não surtiu qualquer efeito. “Não estamos percebendo muita mudança, tendo em vista que a fiscalização ainda é pouca”, ponderou o conselheiro Garniêr Silva.
Fonte: Portal AZ





