sábado, 26 de maio de 2012

Vou processar o estado do Piauí por abandono afetivo

Adeus, minha rosa!

Olá, meu povo lindo desta Terra Querida! Óia eu aqui de novo! Eu sou assim mesmo: apareço e desapareço! Que nem a energia da Cepisa!
Uns pensam que eu ando ganhando dinheiro. Em verdade, em verdade vos digo: eu ando mesmo é correndo atrás de pagar minhas contas, que andam se multiplicando mais do que mosquito em fiofó de cachorro.
Apois bem! Hoje amanheci com saudades do meu avô Manoel, pai do meu pai. Tinha uma doçura que precisava ser desvendada. Ao contrário da rudeza e da sinceridade. Essas já trazia na cara. E nos gestos. E também nas palavras! Ele tinha muitos dizeres: “não se deve falar mal dos outros, porque ninguém tem paiol de almas”; “de merda não se faz doce, quanto mais mexe, mais fede”; e, por último, e que se presta para a coluna de hoje: “Meu filho, infeliz do homem que o outro intoja!”.
Falando em intojo, tem muita gente que não aguenta mais este povo do PT. Acham que tudo que dizem e fazem é só querendo voto e poder. Se eleitos, “Adeeeeeus, minha rosa! Té looooogo, meu lôro!”. Tudo agalândia!
Eu já não acho. Gooooosté muito deles. Até porque eles são que nem macaco coçando o vazii: não se aquietam um segundo! É o tempo todo frescando!

A Flora e a Chayene

Há duas semanas, o PT tava sem novidade nenhuma. Mais parado do que água de poço! Aí lá vem o Assis e inventa de dar um piripaque no coração. Tá vendo? Bem que eu dizia que o Assis tinha coração. O B. Sá, só por despeita, andava espalhando que no lugar do coração o Assis tinha era uma muela.
Outra: o Wellington Dias ainda não se conformou do Cícero Magalhães ter passado uma cambita nele nas prévias do PT. De lá pra cá, ele vem mexendo com os pauzim, lá por cima, na direção nacional, pra aplicar um bombaquim tão grande no Cícero Magalhães e no Elmano que é pra eles saírem catando momona. Vai ser uma Chave 14 no Povo do 14!
Marrôta: a Flora Isabel, que não é de se aquietar, quando viu os companheiros fazendo as politrica deles, resolveu criar também as suas.
Anteontem, ela correu pra tribuna da Assembléia pra tentar mobilizar aquela Casa do Povo contra ninguém menos que sabe quem?... A Rede Globo de Televisão! Por quê? Por causa da nova novela das 7, “Cheias de Charme”. A deputada contou que na novela os piauienses são representados pela empregada doméstica "Socorro", interpretada pela atriz Tina Medeiros, uma trambiqueira que faz tudo para se aproximar da cantora Chayene, a outra piauiense que renega o seu Estado natal e chama suas empregadas de "Curicas". A deputada está incomodada de como estão sendo retratados o nosso estado e a nossa gente!

Auto-estima baixa

Ainda nos anos 70, a Rede Globo levou para a telinha a Gabriella do Jorge Amado. Uma baiana piriguete. Depois, nos anos 80, a mesma Rede Globo levou a Tieta do Agreste para a TV de todo o Brasil. Era também baiana e tinha ido para o Rio de Janeiro ganhar a vida como rapariga. E a outra baiana Dona Flor e Seus Dois Maridos? E o que dizer da mineira Hilda Furacão, que trabalhava num cabaré com a Maria Tomba-homem e a Cintura Fina? E os gays cariocas que são também presenças constantes nas novelas globais? A crônica não registra reação dos baianos, mineiros e cariocas a estas representações sociais, que não estigmatizaram a população desses estados. Ao que me consta, baiano tem fama é de preguiçoso, mineiro de come-quieto e carioca de malandro!
E, batendo bem aqui nesta meu coquim avantajado que mamãe me deu, não estou lembrado de ter visto a deputada Flora Izabel mostrar a sua indignação com coisas mais sérias como a falta de aula nas escolas do Estado durante quase todo este semestre; nem me recordo de ter visto ela levantar a voz em defesa dos quase 1 milhão de piauienses que sofrem com os efeitos da seca. Essa implicância dela com as personagens da novela ou é coisa de quem não tem a auto estima elevada ou não tem o que fazer.
E, cá pra nós: eu tô achando que a Chayene tá cantando melhor e é muito do que o Frank Aguiar! Né não, gente?

Abandono Afetivo

Dizem que cobra quando não tem o que fazer vai engolir os parente. E é dexijeitim!
Há poucos dias, o STJ condenou um pai a pagar indenização de R$ 200 mil para a filha pelos danos morais causados por abandono afetivo. Ela afirma não ter recebido suporte afetivo do pai durante a infância e adolescência. Pra completar o siribolo, a relatora do processo, ministra Nancy Andrighi, afirmou que, no caso, não se discutia o amor do pai pela filha, e sim o seu dever jurídico de cuidar dela. "Amar é faculdade, cuidar é dever", sentenciou.
Gente de Deus! Chagas abertas! Depois daquele julgamento eu tenho me plantado no pensamento de processar o Estado. Ééééé! É isso mesmo! Segundo a Carta Magna do Ulisses Guimarães, entre os inúmeros deveres do Estado, estão os de me oferecer: saúde, segurança, moradia, educação, emprego e bem-estar social.
Os estudos revelam que, por ano, o brasileiro trabalha quase 150 dias só pra pagar impostos. E no resto do ano tem que trabalhar mais pra acessar os direitos que o estado deveria lhe assegurar pelos impostos pagos. Ou seja: paga duas vezes. Pelo que constitucionalmente tem direito e não recebe, e pelo que, por não receber do estado, precisa comprar. Isso é furto? Estelionato? Ou também é abandono afetivo?
Tenho direito de processar o estado por me abandonar, ou não? Me sinto um maior abandonado!
Por Danili Damasio