sábado, 24 de outubro de 2009

PREFEITOS DO PMDB CONTRA O FALSO MORALISMO NO PARTIDO


Os prefeitos do PMDB estão revoltados com a atitude do PMDB em requerer fidelidade partidária e obrigar os gestores e filiados a votarem somente nos candidatos apontados pelo partido. "O PMDB é um agrupamento de ilhas e não pode cobrar fidelidade", destacou o prefeito de Barras, Manin Rego.
Segundo alguns prefeitos, eles não são chamados para participar das decisões e "servem apenas de bucha de canhão e trampolim para a cúpula do partido". O prefeito de Barras, Manin Rego, por exemplo, disse que o partido não tem como cobrar fidelidade, pois na eleição de 2006 muitos dos dirigentes deixaram de votar em Mão Santa, que era candidato do partido, para votar no atual governador Wellington Dias. "Isso é o quê? Não é infidelidade partidária não?", questionou o prefeito.
Assim como Manin Rego, que está lançando a sua esposa, Nize Rego, como candidata a deputada estadual pelo PSB, tem vários outros prefeitos que estão insatisfeitos e tem candidaturas fora do grupo peemedebistas. Como exemplos: o prefeito de Porto, Dó Bacelar, é eleitor do deputado federal Ciro Nogueira (PP). O prefeito de Picos, Gil Paraibano, está lançado a sua sobrinha Belê, filiada ao PSB, para deputada estadual. Em São Miguel do Tapuio o diretório municipal do PMDB apóia um nome do DEM
"A Justiça para ser boa tem que começar de casa. Então, se o PMDB pensa em intervir nestes diretórios, deve começar por Picos. Mas o PMDB é useiro e vezeiro em atuar desta forma. E se continuar assim, vai ficar igual ao DEM, vai ser esvaziado e vai encolher", advertiu Manin Rego.
Os prefeitos estão discutindo entre si e alegaram que nunca são ouvidos no processo. As decisões sempre acontecem de cima para baixo. Para eles, fica difícil cobrar fidelidade num partido que tem atuado como um agrupamento de ilhas e que tem várias divergências.
"Uma coisa é certa. Nós, os prefeitos, não somos vistos no PMDB. Não somos convidados para as reuniões, não opinamos sobre nada. E nem a cúpula tem feito visita nos municípios para comunicar ou informar das decisões. Para se ter uma idéia, tem município que nem sabe que vai ter convenção regional do PMDB. Então, vários prefeitos nem são ouvidos, mas, se quiserem, que me expulsem. Tenho para onde ir", destacou o prefeito de Barras, revoltado com a possibilidade de intervenção no diretório do seu município.
Segundo ele, o PMDB já perdeu duas grandes lideranças que foi o senador Mão Santa que migrou para o PSC e o deputado federal Alberto Silva que faleceu."O Partido está ficando pequeno e acho que está faltando diálogo e compromisso com os diretórios. Não existe orientação. Não tem comunicação,. Mas esperamos o comando do deputado federal Marcelo Castro, que é nosso candidato a governador e dirigente do diretório estadual", complementou.
"Não vamos ficar dando satisfação para os outros que não tem nada a ver com o processo. Mas os prefeitos, assim como eu, estão insatisfeitos com esta postura e com esta cobrança e não se dá nada em troca. Só se exige. Os prefeitos estão se sentindo usados como bucha e trampolim para os deputados", finalizou Manin Rego.

(Por Luciano Coelho)