terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Falta de oposição prejudica o Piauí

Unida e sem dinheiro

Virou um clássico no Piauí dizer que a união da bancada federal pode trazer mais recursos. Nada parece ser mais falso que isso nestes tempos em que tanto a bancada se une com objetivos comuns de assegurar emendas ao orçamento, quanto se mantém coesa na total ausência de oposição ao governo federal. Em 2011, nenhuma das emendas ao orçamento federal foi empenhada. Isso significa que mais de R$ 300 milhões deixaram ou deixarão de ser investidos no estado. Neste ano, as transferências voluntárias (convênios) para o estado do Piauí (governo estadual) somaram até novembro R$ 185,5 milhões. Em 2011, o volume transferido foi de R$ 412,8 milhões – o que prova uma coisa: os donos do poder em Brasília, atualmente sob controle do PT, abrem as burras quando seus pescoços estão sob risco, como se deu em 2010, ano de eleição. Com uma maioria parlamentar avassaladora e sem uma oposição que mereça esse nome, o governo da presidente Dilma simplesmente fez pouco caso os interesses dos estados. Ainda que o Piauí seja o segundo estado nordestino com maior transferência “per capita” de recursos via convênio (a Paraíba é o primeiro), estamos diante de uma constatação terrível: é muito melhor uma bancada desunida, com parte a favor do governo, parte contra, do que uma bancada que diz amém e recebe em agradecimento um ensurdecedor silêncio quanto aos reais interesses do estado.
Fonte: Arimatea Azevedo