sábado, 14 de abril de 2012

PM no divã

Dois policiais em serviço entram em uma discussão. Um saca a arma e mata o colega. Há um criminoso e um cadáver, mas, sobretudo, existe uma série problemas que é preciso ser vista e dimensionada: qual o nível de preparo em uma corporação armada? Existe um bom acompanhamento psicológico para aferir as condições de estresse emocional a que estão submetidos os membros da PM? A agudeza do incidente de ontem, quando um soldado matou um cabo é um caso isolado ou existem mais episódios deploráveis de descontrole emocional? E se esse descontrole se dá em uma situação de crise ou numa ação policial em que é necessário uma estreita observância do respeito a direitos individuais indisponíveis, também chamados de direitos humanos? São questões não respondíveis facilmente, mas que certamente já têm algum tipo da ação resolutiva por parte do comando da Polícia Militar. Certo, porém, é que há uma recorrência de problemas psicossomáticos em corporações policiais pelo país afora e este episódio lamentável de ontem não implica em somente um crime de homicídio. É necessário se ver para além do crime, porque significa que nem esse será um fato isolado, tampouco que uma investigação com punição do assassino vá dar cabo do problema.
Por Ari Azevedo