Para ele, o grande volume de crédito que não será recuperado é o que impede novas concessões neste momento.
"É um número muito grande e, quando começa a subir, é óbvio que a gente
fica preocupado. Se sai de R$ 18 bilhões e vai para R$ 20, R$ 22
bilhões, a gente assusta", disse.
Ele afirmou, porém, que a inadimplência de curto prazo (dívidas de 15 a
90 dias) está começando a mostrar sinais de recuo, o que é um indicativo
de que haverá melhora no médio prazo.
A dívida mais longa, acima de 90 dias, é mais difícil de ser reduzida
porque os compromissos se acumulam. Porém, quando a dívida de curto
prazo começa a ceder é sinal de que a dívida mais longa também vai cair
no futuro, de acordo com o presidente do Itaú.
"A absorção da inadimplência pelo sistema financeiro leva um período
relativamente longo, de seis meses a um ano e meio, dependendo do
segmento", afirmou o empresário.
Para ele, o crédito continuará se expandindo mais do que o PIB (Produto
Interno Bruto), mas não repetirá o desempenho dos anos recentes.
"Não dá para imaginar que vamos continuar crescendo 30%, como no passado", afirmou.
As declarações foram feitas durante seminário organizado pelo Lide
(Grupo de Líderes Empresariais), na Fiesp (Federação das Indústrias de
São Paulo).