COMPRA DE VOTOS Enfim, o governador Wilson Martins e o senador João Vicente Claudino falam a mesma língua. Eles andaram se trombando nos últimos dias por conta da disputa pelo Governo do Estado. Porém, os dois chegaram a um mesmo entendimento sobre as denúncias de compra de voto, que passaram a ser feita nos últimos dias por candidatos de expressão de todas as coligações.
O governador disse ontem que os opositores que o acusam de irregularidades deverão provar junto à justiça. "O ônus de quem critica ou levanta suposições é provar isso. Quem denunciar deve provar. Quem não provar está cometendo um crime", avisou. Wilson disse que sua coligação foi alertada desde o início da campanha para esse tipo de denúncia, que para ele é de baixo nível.
Já o candidato João Vicente foi incisivo ao ser questionado sobre denúncias de compra de votos. "Espero que o Ministério Público investigue os casos. Quando alguém afirma isso sem provas ou é leviano ou é conivente", posicionou-se. O candidato do PSDB, Sílvio Mendes, reiterou que confia na ação da Justiça Eleitoral para coibir a prática da compra de voto.
As especulações sobre compra de voto estão presentes nas conversas que se dão nos mais diferentes espaços. Há poucos dias, durante debate sobre as eleições na OAB, o presidente da Ordem, Sigifroi Moreno, afirmou, baseado nas denúncias que chegaram ao Comitê de Combate à Corrupção Eleitoral, que nunca se viu tanta compra de voto no Piauí como na atual campanha política.
Em declarações recentes à imprensa, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Raimundo Eufrásio, apelou aos denunciantes que apresentem provas. O procurador eleitoral Marco Aurélio Adão também solicitou aos partidos, candidatos e coligações que formalizem suas denúncias de compra de voto.
Um ex-governador do Piauí, João Clímaco d'Almeida, ensinava, com seu bom-humor pragmático: "Não se pede recibo de gasto com mulher, jogo e eleição". Então, é claro que acusação sem prova é denúncia vazia. Mas os indícios de abuso do poder econômico na campanha eleitoral estão à vista. Cabe a quem tem a responsabilidade de investigar cumprir o seu papel. E isso deve estar sendo feito, sem dúvida. Mas não com o estardalhaço que desejariam os candidatos, os partidos e a mídia.
Fonte: Zozimo Tavares